Conversas do pó dos que tocam por dentro e fazem pensar
Editora: Dom Quixote - 232 páginas - Lançamento: julho de 2017
Este trabalho resulta de cinco anos ininterruptos na rádio, conversando, em quatro minutos, sobre a espuma dos dias. Na Antena 1. Desde a tarde até de madrugada. Foi feito, de uma só vez, a partir de inúmeras cumplicidades. E com alguns desencontros. Abraçando causas. Lutando, com irreverência, pela vontade de interpelar, de sacudir e de provocar. De tocar por dentro, de aconchegar e de pensar. «Os Dias do Avesso» não só um programa de rádio. São uma sala de estar. Onde ninguém se sintoniza com o silêncio. É claro que um programa espontâneo nunca se guarda num livro. Corre, até, o risco de perder a alma e se transfigurar. E com a esperança de que os inúmeros ouvintes que, tantas vezes, nos desafiam a continuar encontrem neste livro um pretexto para se transformaram numa comunidade de leitores dos dias. Do Avesso.
Editora: Esfera dos Livros - 200 páginas - Lançamento: junho 2017
Vivemos numa época em que apenas tem direito a viver quem for perfeito. Cada insuficiência, cada fraqueza, cada fragilidade parecem proibidas. Mas há outro caminho para a segurança (…).
A Arte de Ser Frágil é como um guia para ir ao encontro da felicidade através da beleza e da poesia, porque não há forma mais simples e simultaneamente mais elevada de trilhar esse caminho.
O escritor e professor Alessandro D’Avenia escolhe Giacomo Leopardi, um incompreendido poeta clássico italiano, como a sua fonte de inspiração para este livro. Numa série de cartas para Leopardi, em que tece observações não só sobre a obra, mas também sobre a história sofrida do poeta, ao mesmo tempo que passa em revista o percurso da sua própria vida, mostra-nos de que forma é que a literatura e a poesia podem, efetivamente, salvar-nos do desencanto, da frustração permanente e da tristeza profunda (ainda que o sofrimento seja absolutamente necessário para que evoluamos). A arte imita o processo criativo da Natureza. Estimula-nos a tornar as nossas ações «poéticas» e ajuda-nos a atingir a plenitude. A plenitude não é senão a felicidade.
Alessandro D’Avenia debruça-se sobre as várias etapas da existência humana, desde logo a adolescência, período que o autor viveu com a angústia da depressão até descobrir um poema de Leopardi e sentir uma profunda transformação interior. Explica-nos que estes momentos de arrebatamento são como a estrela que nos conduz ao longo da vida.
É uma espécie de magia que tanto pode manifestar-se por via da perda ou de outro acontecimento doloroso como através de uma sensação de prazer ou experiência maravilhosa, semelhante à que D’Avenia viveu quando assistiu ao filme O Clube dos Poetas Mortos e decidiu, nesse preciso momento, que iria ser professor. O arrebatamento, defende o autor, é um sinal para que sejamos «alguém» e não apenas «qualquer coisa». É como um chamamento para que tomemos conta de nós e do mundo à nossa volta. Para que sejamos mais nós próprios e menos o que se espera de sejamos.
Sobre o Autor Alessandro D’Avenia nasceu em Palermo, em 1977. Apaixonou-se pelos livros e pelas histórias logo em pequeno. Aos 18 anos foi viver para Roma, para tirar o curso de Estudos Clássicos. Concluída a licenciatura, começa a ensinar, concretizando um sonho muito antigo. Segue-se o doutoramento, que o faz perceber que prefere o ensino à investigação, e por isso mesmo frequenta um curso de especialização nessa área. A vontade de contar histórias leva- -o a mudar-se para Milão onde estuda guionismo. Pouco depois retoma a profissão de professor e escreve Branca Como a Neve Vermelha Como o Sangue, que é de imediato aclamado pela crítica italiana.
Editora: Relógio D'Água - 248 páginas - Lançamento: maio 2017
«Se tivermos crianças em casa, a primeira neve é ansiosamente esperada. Mesmo aqui, tão ao sul da Escandinávia, onde na maioria dos invernos há pouca ou nenhuma neve, a expectativa pela queda da neve é grande. As crianças relacionam o inverno, e especialmente o Natal, com a neve, apesar de terem tido apenas a experiência de um único inverno com neve a sério.»
Sobre o Autor Karl Ove Knausgård nasceu em Oslo, na Noruega, a 6 de Dezembro de 1968 e cresceu em Tromøya e em Kristiansand. Estudou Artes e Literatura na Universidade de Bergen.
Publicou o seu primeiro romance aos 30 anos, Ute av verden, que recebeu o Prémio da Crítica Literária Norueguesa, nunca antes atribuído a uma primeira obra. No seu segundo romance, En tid for alt (2004), rescreveu fragmentos da Bíblia. O livro foi considerado pelo The New York Review of Books «estranho, irregular e maravilhoso».
No Outono de 2009, Knausgård iniciou um projecto literário singular, a obra autobiográfica A Minha Luta, composta por seis extensos volumes. Com ela obteve vários prémios no seu país, recebeu elogios de escritores e críticos e conquistou centenas de milhares de leitores nas muitas línguas para que foi traduzida. A Morte do Pai, primeiro volume da série, foi escrito uma década depois de o pai de Karl Ove Knausgård morrer alcoolizado. O autor deambula entre as dúvidas do seu talento, as frustrações actuais e passadas, a descoberta do sexo e do álcool, «essa bebida mágica», e as inseguranças da adolescência e da paternidade. É o início de uma exploração proustiana do passado e da procura das partículas elementares da sua vida. Knausgård publicou uma colecção de ensaios, Sjelens Amerika, e, em Setembro de 2013, adaptou para cinema o seu romance Ute av verden. Criou, entretanto, uma pequena editora. Vive actualmente em Österlen, na Suécia, em companhia da escritora Linda Boström Knausgård e dos seus quatro filhos.