Editora: Elsinore - 240 páginas - Lançamento: Maio 2017
Terão as visões de Lúcia influenciado decisivamente a História do século XX ou terá a vidente sido usada, durante uma vida inteira de clausura em conventos, pelos interesses de várias potências mundiais?
Vinte anos depois das aparições na Cova da Iria, o clero português, por pressão dos líderes políticos do Estado Novo, influenciou a Irmã Lúcia para que revelasse a segunda parte do Segredo de Fátima: a Rússia era a causa de todas as guerras e deveria ser convertida.
O Vaticano, sob ameaça de Hitler, alteraria pouco depois o texto do depoimento de Lúcia, focando-se na resistência ao comunismo. A Igreja passou, então, a usar o Segredo para apelar à insubmissão dos russos ao poder comunista, que perseguia os católicos. Os Aliados, por seu lado, faziam a sua própria interpretação: invocando o desejo de conversão dos russos, a Virgem apelava à santidade da Rússia, encorajando-a a resistir ao invasor alemão.
Depois de 1945, o texto do Segredo foi novamente alterado. Fátima foi transformada num baluarte de luta, não contra a Rússia, mas contra o comunismo no mundo, mensagem utilizada durante a Guerra Fria em toda a diplomacia e espionagem do Vaticano na Europa de Leste. A seguir, as interpretações do Segredo foram mais uma vez modificadas, para chegar tanto aos fiéis da Igreja Católica Romana como aos da Igreja Ortodoxa, num projeto de unificação da cristandade concebido pelo papado.
Sobre o Autor
Paulo Moura é um escritor e repórter freelancer português, nascido no Porto em 1959. Estudou História e Jornalismo e, durante 23 anos, foi jornalista do Público.
Exerceu funções de correspondente em Nova Iorque e de editor da revista Pública, e tem feito reportagens em zonas de crise por todo o mundo. Fez a cobertura jornalística de conflitos no Kosovo, Afeganistão, Iraque, Chechénia, Argélia, Angola, Caxemira, Mauritânia, Israel, Haiti, Turquia, China, Sudão, Egipto, Líbia e muitas outras regiões. Ganhou vários prémios (Gazeta, AMI — Assistência Médica Internacional, ACIDI — Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, Clube Português de Imprensa, FLAD — Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Comissão Europeia, UNESCO, Lettre Ulisses, Lorenzo Natali, etc.).
É professor de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, e autor de oito livros, entre os quais Depois do Fim (ed. Elsinore, 2016) — crónica dos principais conflitos armados dos últimos 25 anos, escrita a partir dos diários de guerra que guardou —, Extremo Ocidental (ed. Elsinore, 2016) — relato documental da sua viagem de mota pela costa portuguesa — e a biografia de Otelo Saraiva de Carvalho. Mantém um blogue de reportagens e crónicas intitulado Repórter à Solta, bem como o sítio paulomoura.net.
Porto Editora - 216 páginas - Lançamento: Março 2017
Sem nos alongarmos mais, poderíamos assim definir Cesare Annunziata. Setenta e sete anos de idade, viúvo há cinco, e pai de dois filhos, Cesare decidiu, positivamente, marimbar-se para os outros. As suas opiniões são marcadas por uma ironia feroz, talvez por medo de não ser capaz de continuar a transmiti-las por muito mais tempo, e a sua vida segue o curso normal, rumo ao final previsível e universal, entre os copos de vinho tomados com Marino, o velho neurótico do segundo andar, as conversas indesejadas com Eleonora, a louca «velha dos gatos», e os breves encontros sexuais com Rossana, prostituta e enfermeira a meio tempo, que concede uma especial atenção aos viúvos do bairro.
Mas um dia chega ao prédio a jovem e enigmática Emma, casada com um indivíduo sinistro, com quem nada parece ter em comum, e Cesare não demora muito a perceber que há algo de errado no casal. No entanto, tal não significa que se vá intrometer… exceto quando recebe um silencioso pedido de ajuda, expresso no olhar triste de Emma.
Os segredos que Cesare desvenda acerca dos novos vizinhos, mas, em particular, aquilo que descobre sobre si mesmo, irão formar o enredo deste romance formidável, revelando-nos uma personagem singular, que vive em alegre contradição, entre o cinismo mais feroz e a humanidade mais profunda.
Sobre o Autor
Lorenzo Marone nasceu em Nápoles em 1974. Durante quase dez anos trabalhou como advogado, enquanto escrevia histórias que não deixava ninguém ler; em 2012 decidiu dedicar-se a tempo inteiro à escrita, a sua verdadeira paixão.
A tentação de sermos felizes, o seu terceiro livro, foi um bestseller aclamado pela crítica em Itália, tendo ganho o Prémio Stresa. Foi também traduzido em mais de dez línguas e está a ser adaptado ao cinema por Gianni Amelio.
A história começou quando os homens inventaram os deuses e terminará quando os homens se transformarem em deuses.
Editora: Elsinore - 480 páginas - Lançamento: Abril 2017
A guerra desapareceu. É mais provável cometer suicídio do que morrer num conflito armado. A fome está a desaparecer. É mais alto o risco de obesidade do que de fome. A morte tornou-se um simples problema técnico. Não alcançámos a igualdade — mas estamos perto de alcançar a imortalidade.
O que nos reserva o futuro?
Homo Deus explora os projetos, sonhos e pesadelos que darão forma ao século XXI — desde o vencer da morte à vida artificial. Como o bestseller internacional Sapiens: História Breve da Humanidade, esta é uma obra que coloca as questões fundamentais: para onde seguir a partir daqui? Como proteger o mundo dos poderes destrutivos do ser humano?
Elogios
«De uma lucidez invejável (e alarmante), descreve os enormes desafios que temos pela frente, enquanto espécie, à medida que a tecnologia genética, a inteligência artificial e a robótica alteram profundamente as nossas relações humanas e com outras espécies. Uma leitura ainda mais voraz e mais importante do que a do seu já excelente Sapiens.»
Kazuo Ishiguro, escritor e jurado do Guardian Books of the Year 2016, atribuído a Homo Deus
«Hararié um escritor excecional, que parece ter sido escolhido pelas musas como veículo do zeitgeist… Um livro fascinante.»
Times Literary Supplement
Sobre o Autor
Yuval Noah Harari é historiador, investigador e professor de História do Mundo na Universidade Hebraica de Jerusalém, considerada uma das melhores instituições de ensino a nível internacional. Doutorado em História pela Universidade de Oxford, Harari tem-se dedicado ao estudo e ensino da História, encorajando os seus alunos a questionar os conhecimentos e ideias que têm por garantidos sobre a vida, o mundo e a humanidade. Harari foi duas vezes vencedor do Prémio Polonski para Criatividade e Originalidade nas Disciplinas de Humanidades, em 2009 e 2012. Publicou numerosos livros e artigos científicos. Sapiens: História Breve da Humanidade (4.ª edição na Elsinore, 2017) é bestseller internacional, publicado em mais de vinte línguas. Em Homo Deus, sucessor de Sapiens, aborda o futuro do ser humano.